Sistema B, o futuro dos negócios no Mundo
O movimento que já chegou ao Brasil e que está redefinindo a forma de atuação empresarial global
por Kátia Bagnarelli com colaboração de Vanessa Fontes e Jessica Tabuti da ProfilePR Brasil
Desigualdade, insegurança, instabilidade climática, esta é a realidade global do mundo em que vivemos gerada pelo sistema econômico em que atuamos. O foco exclusivo no acionista não funcionou e a partir desta constatação o que podemos fazer?
Quem responde é o movimento global intitulado Sistema B que nasceu nos EUA através do trabalho de três empresários que descobriram um jeito novo de fazer negócios, onde uma empresa pode gerar lucro sendo uma empresa produtiva, que satisfaça os seus acionistas ao mesmo tempo em que faz bem para o planeta e para as pessoas. O que parece um sonho distante já é a realidade de 3.562 empresas pelo mundo, 642 na América Latina e 186 no Brasil.
Um movimento atuante por uma mudança de cultura global e histórica. O conceito de uma empresa B envolve o impacto positivo que a empresa causa em todo o seu processo de atuação, ao mesmo tempo que exerce uma atividade comercial lucrativa. Não se trata mais de, somente, minimizar o dano causado e sim de como essa empresa pode, por meio de sua atividade econômica, por meio de seus produtos e dos seus serviços fazer bem para o planeta e para as pessoas. Gerar o impacto positivo através de suas decisões relacionadas aos seus trabalhadores, clientes, fornecedores, comunidade e meio ambiente, considerando que a força dos negócios pode contribuir para os principais desafios no mundo e construir uma economia mais inclusiva e mais sustentável do que a que partilhamos hoje.
“RECUAR? NOS REVOLTAR?
OU REIMAGINAR E REDEFINIR
NOSSO SISTEMA ECONÔMICO?
CRIE COM INTERDEPENDÊNCIA, INVISTA EM MUDANÇAS ESTRUTURAIS, CONSIDERE TODAS AS PARTES INTERESSADAS.
PESSOAS E PLANETA RESPEITADOS.
OS IMPERATIVOS PARA A MUDANÇA
NO SISTEMA ECONÔMICO:
BEM ESTAR COMPARTILHADO
E PLANETA SAUDÁVEL.” Trecho da Campanha do Sistema B
A Imperative 21
A pandemia global de saúde, a crise econômica e os protestos por justiça racial revelaram um problema mais profundo e fundamental: um sistema econômico que recompensa a maximização da riqueza acima do bem-estar e prioriza o individualismo à interdependência. A economia nunca estará funcionando em seu pleno potencial de geração de valor para as pessoas e para o planeta em um sistema em que os incentivos e a cultura vigente não estão alinhados a uma visão mais sustentável.
De acordo com a previsão da Organização Internacional Do Trabalho de 17 de maio de 2020, estimou-se que mais de 305 milhões de trabalhadores em tempo integral estariam desempregados no segundo trimestre de 2020. Segundo a Oxfam 2019, 26 indivíduos concentram metade da riqueza de toda a humanidade, em 2019
1% da população ganhava quase 34 vezes mais que metade de menor rendimento e o rendimento dos homens (R$ 2.555) é 28,7% maior que o das mulheres (R$ 1.985), segundo o IBGE. David Miliband do Comitê Internacional de Resgate
e ex-parlamentar britânico afirmou que as mudanças climáticas são a maior ameaça a longo prazo já enfrentada pela humanidade e que todos os países serão afetados, mas os mais pobres serão os mais duramente atingidos. Ele nos diz que o custo da inação ultrapassa em muito os custos da ação.
“A Pandemia de COVID19 escancarou o pensamento das pessoas sendo vistas como mercadorias e não como seres humanos, tratados com dignidade, respeito e como parte integrante dos ativos da empresa.” Rebecca Henderson, professora na Harvard Business School e autora de “Reimagining Capitalism in a World on Fire”
A Imperative 21 portanto é uma coalizão global fundada pelo B Lab (representado no Brasil pelo Sistema B) e The B Team, Chief Executives for Corporate Purpose, Capitalismo Consciente e Just Capital. Eles coletivamente já representam mais de 72.000 empresas em 80 países e 150 setores, mais de 20 milhões de funcionários, $6,6 trilhões em receitas e $15 trilhões em ativos sob gestão, e alcançam centenas de milhões de pessoas todos os dias que estão cada vez mais ansiosas para fazer escolhas mais conscientes em suas compras, investimentos e decisões de emprego.
Sociedade do Futuro
O movimento vislumbra uma cultura que valoriza a nossa ligação uns com os outros, com nossas comunidades e com o planeta. Como resultado, as empresas e os investidores mais celebrados e recompensados se esforçam para gerar valor para todas as partes interessadas o tempo todo.
Sistema B no Brasil e os nossos líderes do futuro
Uma economia em que líderes empresariais e investidores criam valor no longo prazo para todas as partes interessadas com base em padrões, estruturas e normas comuns confiáveis, que alinhem os interesses das empresas, das pessoas e da sociedade.
No Brasil, a iniciativa da Imperative 21 é representada pelo Sistema B, Instituto Capitalismo Consciente Brasil, com apoio da Rede Brasil do Pacto Global e Instituto Ethos, reunindo organizações das mais diversas áreas em busca da conscientização da sociedade para uma mudança da definição do capitalismo, de que as empresas devem buscar o lucro acima de tudo – conceito criado pelo economista Milton Friedman, na década de 70. O Jornal Onews ouviu a diretora executiva do Sistema B no Brasil, Francine Lemos. Você acompanha o depoimento na íntegra a seguir.
bom negócio para o mundo. Hoje isso não cabe mais. O que estamos falando é que um bom negócio para o planeta hoje, um negócio do futuro precisa primeiro ter uma boa governança, precisa gerar valor para seus funcionários e para sua comunidade de entorno. Se eu tenho uma fábrica, preciso olhar para aquela comunidade que está em volta de mim, preciso cuidar da minha cadeia de fornecimento, eu sou a responsável como negócio pela pelos meus fornecedores, e eu preciso cuidar do meio ambiente. Não adianta somente não danificar e não poluir, eu preciso regenerar, preciso fazer do mundo um lugar melhor. E além disso há a minha relação com meu cliente. Para uma empresa se tornar uma empresa B ela precisa olhar para todos esses aspéctos, e não estou falando de criar uma linha sustentável apenas, estou falando de ter uma operação toda sustentável, que considera todos os meus públicos. Por isso dizemos capitalismo de stakeholder, capitalismo que considera todos os seus públicos e gera lucro. Não são coisas dicotômicas.“Estamos falando de um conceito que está começando a ganhar muita relevância no mundo todo. Davos que é um dos principais fóruns mundiais em que a elite empresarial, a elite que pensa as políticas públicas se reúne para discutir o futuro dos negócios, o futuro do planeta, evidencia o conceito de capitalismo de stakeholder, que parece teórico, super teórico, mas que começou a ganhar força.
(Parênteses da redação: Stakeholder é um conceito que identifica as partes interessadas e afetadas por um negócio ou organização. O Capitalismo de Stakeholders se contrapõe ao tradicional capitalismo que somente estava focado nos acionistas, a ponto das escolas de negócios ensinarem que o único objetivo de qualquer empresa era gerar lucro para os acionistas.)
Quando voltamos lá na década de 50 o que se dizia no mundo dos negócios? Que o papel do negócio acaba em si só. Se o negócio gera lucro, gera emprego e paga imposto ele é um bom negócio para o mundo. Hoje isso não cabe mais. O que estamos falando é que um bom negócio para o planeta hoje, um negócio do futuro precisa primeiro ter uma boa governança, precisa gerar valor para seus funcionários e para sua comunidade de entorno. Se eu tenho uma fábrica, preciso olhar para aquela comunidade que está em volta de mim, preciso cuidar da minha cadeia de fornecimento, eu sou a responsável como negócio pela pelos meus fornecedores, e eu preciso cuidar do meio ambiente. Não adianta somente não danificar e não poluir, eu preciso regenerar, preciso fazer do mundo um lugar melhor. E além disso há a minha relação com meu cliente. Para uma empresa se tornar uma empresa B ela precisa olhar para todos esses aspéctos, e não estou falando de criar uma linha sustentável apenas, estou falando de ter uma operação toda sustentável, que considera todos os meus públicos. Por isso dizemos capitalismo de stakeholder, capitalismo que considera todos os seus públicos e gera lucro. Não são coisas dicotômicas.
Para a empresa se tornar B oferecemos a primeira coisa antes de falar de certificação, uma ferramenta gratuita, online e confidencial que qualquer empresa no mundo pode utilizar como ferramenta de gestão de impacto. A medida que você vai preenchendo a ferramenta olha para estes aspéctos que eu mencionei: governança, trabalhadores, meio ambiente, comunidade de entorno, fornecedores e clientes.
Para o empresário que tem interesse em ter uma empresa que gere impacto positivo está aqui uma ferramenta muito potente, muito simples de utilizar e que se adequa ao tamanho da sua empresa e da sua indústria. Quando o empresário começa a preencher vão aparecendo questões do tipo: qual é a diversidade do seu quadro de funcionários? Tem mulheres em cargos de liderança? Tem negros em cargos de liderança? Como está essa composição no conselho? Você tem política de bonificação que gera e compartilha valor com seu funcionário? Como você trata os seus fornecedores? Você está rastreando e olhando para sua cadeia de suprimentos? Estou dando exemplos concretos de perguntas que aparecem no relatório do Sistema B. Como estão as suas instalações? Você utiliza energia renovável? Você mensura qual é a sua pegada de carbono e você está neutralizando essa pegada? São formas muito concretas de como fazer essa gestão empresarial B e ao final, no último pilar: o seu produto, o seu serviço, gera um impacto positivo? E não adianta me dizer que tem (quer dizer, adianta e é legal também) um propósito sustentável, que tem na empresa 10 linhas de produtos e uma delas é sustentável que representa 5% do faturamento, que isso terá uma pontuação menor do que ter um negócio que nasceu só para fazer isso. Então, a medida que a pessoa preenche ela vai olhando para cada pilar em sua emrpesa e pontuando, cada ponto é um impacto positivo que ela gera no mundo e para ela ser uma empresa B ela precisa ter 80 pontos. São 200 no total. Parece pouco? É difícil pra caramba.
Atingir 80 pontos significa estar na elite empresarial que está construindo o futuro e que tem um negócio que de fato é sustentável. O nosso interesse é mudar o sistema econômico e ressignificar o que é sucesso nos negócios. Não é somente certificar empresas, adoraríamos que toda empresa no mundo fosse B, mas o que dizemos é que estamos dando o caminho, você quer começar uma jornada de impacto? Está aqui uma ferramenta que vai te dar o caminho das pedras. Pode utilizar o BIA (B Impact Acessment), usem, abusem. Para empresas que tem interesse em mergulhar nessa jornada oferecemos Programa de Mensuração de Impacto, nós entramos dentro da empresa, ajudamos a empresa a se familiarizar e todos os departamentos a preencher o BIA porque para preenchê-lo precisa-se ter um engajamento grande dentro da empresa.
Faz parte da transição alterar uma cláusula dentro do Estatuto da empresa, então o Conselho Administrativo precisa ter comprado a ideia, essa é a primeira coisa. Segunda coisa, precisa-se falar com o RH, falar com Compliance, com o Jurídico porque estou falando de governança, falar com logística, com suprimentos, falar com o marketing. Falamos com a empresa inteira então a empresa inteira precisa participar. Mais do que tudo, virar um empresário B é entrar para uma comunidade de líderes que pensam da mesma forma e que agem da mesma forma. Nós criamos pontos de encontro, criamos rodadas de negócios entre esses lideres, percebemos que eles começam a colaborar muito e por isso vira uma comunidade que faz negócio junto, que trabalha junto. Hoje são 180 empresas B certificadas no Brasil.
Toda empresa B é certificada pelo Sistema. Entretanto, ser B não é uma posição. Eu não termino quando eu me certifico, eu começo uma jornada de impacto que não termina. Nós estamos aqui, dentro dessa comunidade, ajudando as empresas a serem cada vez mais B.
O Sistema B é uma grande rede de atuação. Temos por exemplo, na questão de políticas públicas um jurídico B, um grupo que reúne grandes advogados de grandes escritórios do Brasil como o WZ que é o primeiro escritório B certificado além de outros escritórios ali presentes que estão desenhando a nossa estratégia de advocacy em conjunto porque acreditam nela. Um grupo jurídico atuante. Temos um grupo de multiplicadores B no Brasil todo. Mais de 300 pessoas que estão falando do Sistema B, que estão defendendo o Sistema B, que estão levando essa mensagem adiante. Hoje temos um grupo de especialistas B que formamos no ano passado. São 10 especialistas B em todo o Brasil apoiando empresas a se certificar. Temos um grupo na Academia, acadêmicos e professores que estão desenvolvendo teses, que estão tentando mudar a grade de grandes universidades para trazer essa visão de impacto para dentro do Ensino Superior e Graduação. É um trabalho de educação grande de mercado, precisamos explicar para a população e para o consumidor. Temos visto, quando lemos estudos de mercado, que o consumidor consciente tem crescido e tem ganhado relevância, mas ainda tem um caminho grande a percorrer. Em breve as pessoas terão mais sensibilidade para isso, o que está por trás do rótulo, o que está por trás de uma empresa, o que significa gerar impacto positivo? Precisamos simplificar o discurso, reeducar, precisamos atrair as pessoas para boas escolhas. Tem uma nova geração que já vem com esse mindset, mas precisamos fazer com que isso vire escolha. Cada ato de consumo é um voto, é um ato de escolha. E nós precisamos fazer com que as pessoas deem esse voto para as empresas que estão fazendo a diferença na sociedade.
Este mês de março é o nosso mês B no mundo todo – todas as empresas B do mundo vão falar sobre o que significa ser uma empresa B. Nós entregamos todas as ferramentas da comunicação, todos os posts para que elas possam se comunicar. Esse poder do coletivo é muito forte. E isso é ser um movimento. Quando eu começo a ouvir sobre ser B de uma empresa de mobilidade, de uma empresa de orgânicos, percebo realmente como o movimento está acontecendo. Quem está fazendo a transformação é quem está vivendo os processos na prática e então sempre que uma empresa se certifica recomendamos muito fortemente que a comunicação precisa vir de dentro para fora, nos disponibilizamos a explicar o que é o movimento, a celebrar junto com a empresa e sempre é motivo de muito orgulho. É uma festa quando a empresa se certifica. A Natura foi a primeira empresa B de capital aberto certificada no mundo. A Natura tem uma política de contratação de empresas B. Ela contrata muita empresa B e incentiva seus fornecedores. Eles têm um Programa muito estruturado que se chama QLICAR que significa qualidade, logística, inovação, competitividade, ambiental &social e relacionamento. Todo ano eles divulgam o que é o selo B. Nós já certificamos a maior empresa de carga do Brasil que é a Patrus, influenciada pela Natura por ser sua fornecedora.
A história da Fazenda da Toca também é super bonita. Eles já nasceram B. É muito difícil uma empresa “virar” empresa B, se ela não tem isso no seu DNA a jornada é longa. É possível, não estou dizendo que não é possível, mas é uma jornada mais longa. A Fazenda da Toca é um destes lindos exemplos de empresa muito B por DNA, por crença, por valor. E a Fazenda da Toca todo ano ganha o prêmio Best for the Word. Isso significa que eles estão incessantemente procurando melhorar todos os seus aspéctos gerenciais, eles utilizam muito a ferramenta BIA para isso. Eles sempre estão na vanguarda do que é ser melhor para o mundo.
São metas. É uma visão, uma busca e uma conquista diária. Estamos num momento muito complexo de sociedade – eu sei!, mas está em nossas mãos construir o futuro que queremos. Seja no meu papel de consumidor, seja no meu papel de investidor, seja no meu papel de colaborador, seja no meu papel de empresário, eu consigo dar um passo para construir um novo futuro muito mais gostoso para todo mundo com inovação. Vamos dar o primeiro passo! As escolhas que fazemos em cada dia é o que vai fazer a grande diferença para vivermos uma sociedade mais justa, mais igualitária, mais regenerativa porque merecemos isso como pessoas e como Planeta. Precisa-se começar e tem que começar na pequena escolha do dia a dia. Reciclar o meu lixo já é um bom começo. Pensar onde coloco meu dinheiro, aplicamos o nosso dinheiro no banco e não sabemos nem em que Fundo está e que empresa compõe aquele Fundo. O que o seu dinheiro está nutrindo? Nós não fazemos essas perguntas, vamos começar a perguntar?”
Relação das empresas B no Brasil
100% Amazônia Belém/PA
4YOU2 Idiomas
A2 Soluções Inteligentes
ABISSAL Capitalismo Saudável
AgroTools
Alaya
All Set
AMATA
American Insight
Americas Health
AMMA Chocolate
Aniyami Brazil
Aoka
Appana Território de de Aprendizagem
Aquatro Cultura de Impacto
Araruna Filmes
Arueira Ambiental
Asap – Perfomance do Conhecimento
Atuação no Mundo
Áurea Lúcia
Avante
AZ QUEST
Baluarte cultura
B Clean
Beegreen
Belterra Agroflorestas Ltda.
Bemglô
Bemtevi Investimento Social
Bergamía
Biowash IND e Com LTDA
Blockforce
Boomera
Box Print Ltda
YSSY & Co
Yunus Negócios Sociais Brasil
Bresco Investimentos S.A.
Brilia
By Connection Consultoria e Treinamento Ltda
Cambará Eco Hotel
Campus Brasil
Carambola
Carlotas
Casa do Futuro
CAUSE
CBPAK Tecnologia S/A
Centro Universitário dos Guararapes – UNIFG
Centro Universitário FADERGS
Centro Universitário IBMR
Ciano Alimentos Sustentáveis
Clear Sale S/A
Codebit Desenvolvimento de Softwares Customizados
Combio Energia S.A.
CORA Design & Co
Courrieros
Criando Consultoria ltda
Daterra Coffee
Decah
Dengo Chocolates
Despertar Educação Infantil
Diagonal
Din4mo
Dinâmica Soluções Ambientais Ltda.
E2 Mentoria
ECO PANPLAS
Ecosimple Tecido Sustentável
eCycle
Welight
Wright Capital Gestão de Recursos Ltda.
WZ Advogados
YouGreen Cooperativa de Beneficiamento de Materiais Recicláveis
Editora MOL
Editora Voo
eduK
Entelekia Tec. do Conhecimento (“Integrow”)
Essence Branding
Evolat Laticínios V Ltda
Eyxo
Faculdade Internacional da Paraíba – FPB
Faculdades Metropolitanas Unidas Fleximedical Soluções em Saúde Ltda
Florita Beachwear
Flow
Geekie
GEF Capital Partners
GITEC BRASIL
Grupo GAIA
Ibitipoca Reserva Ambiental Ltda
IG4 Capital
in3citi S.A. Inovações, Investimentos e Instituições Indi.us
Iniciativa Agronegócios Ltda
Insecta
Insolar Assessoria Empresarial e Social Ltda.
Instituto Yiesia
Iönica
Joaquina Brasil
JUÇAÍ
Keiff Kefir
Kria
Linka Invest
Vera Solutions
VG Resíduos
Via Gutenberg
Vivejar
Vox Capital
WayCarbon
We Flow – Together for a Better World
Lys Aprendizagem Simplificada
Mãe Terra
Magikjc Empreendimentos Imobiliários
Mandalah
Maria Farinha Filmes
Meu Copo Eco
Meu Salão
MGov Brasil / MOVVA
Moved by Mindfulness
Move Energia Renovável
Move Social
Movida
MOVIN
MOV INVESTIMENTOS Ltda
Mymag Editora
Natura Cosméticos SA
Neuronio
New Hope Ecotech
NewInc Construtora
NUAP PARES – Núcleo de Assessoria e Pesquisa Pares S/S LTDA
Nude.
Oficina da Sustentabilidade
Okena
Olivia Saladas
Oria Capital
Órigo Energia
Pantys
Papel Semente
Paraiso Verde
Parangolé
Patrus Transportes Urgentes Ltda
Pecsa
Plano CDE Elohim C e Pesquisa Ltda
TunDum
UniRitter
Universidade Anhembi Morumbi (UAM)
Universidade Potiguar – UnP
Universidade Salvador – UNIFACS
Vanessa Montoro
Plongê – gente e gestão
Positiva Holding Ltda
Positive Ventures Participações Limitada
Pousada da Amendoeira
PRAGMA
Profile
Programa Vivenda
Provi
Raízes Desenvolvimento Sustentável
Raízs
Recicladora Urbana
Reconectta
Rede Asta
Regera
Rentcars.com
Reos Partners
Reserva
Retalhar
Rever Consulting
Rise Ventures
Rizoma Agricultura Regenerativa SA
Sanar
SanCoffee
Sauber Sustentabilidade
Selletiva
Sense-Lab
Simbiose Social
SITAWI Finanças do Bem
Social Docs
Suindara Radar e Rede
Sunew Filmes Fotovoltaicos Impressos S.A
Tátil Design
Tawil Comunicação
Tc Urbes
TECVOLT
Teva
The Key – Prosperar na Nova Economia Timirim
Tobasa Bioindustrial de Babaçu S/A
TriCiclos
Fazenda da Toca, o DNA B premiado que inspira o Brasil
Por Paulo de Araujo Cintra Ribeiro, Coordenador de Comunicação, Sustentabilidade e Experiências na Fazenda da Toca para Jornal Onews
A Fazenda da Toca tem como propósito estabelecer e consolidar um modelo de negócios regenerativo. A importância e o papel da Fazenda da Toca é justamente provar que é possível produzir alimentos com alta produtividade, com alta eficiência, com a garantia de ser uma operação muito saudável do ponto de vista financeiro e econômico e ao mesmo tempo gerar impacto positivo tanto do ponto de vista ambiental como do ponto de vista social. Conciliar estes três pilares da sustentabilidade, o econômico, o ambiental e o social para nós, é a essência da Fazenda. Essa é a nossa missão diária. Nessa jornada desde 2008 quando ela foi fundada por Pedro Paulo Diniz nós vimos muitas mudanças no mercado e mudanças muito positivas em relação a tendências de consumo por exemplo. Consumidores muito mais atentos às condições das cadeias produtivas, como os alimentos chegam até a mesa, em que condições a natureza foi tratada, em que condições os animais são tratados. Essa é uma exigência que realmente aponta para o novo modelo de negócios que é o que a gente vem consolidando aqui. Estamos muito felizes na Fazenda da Toca por, ao longo destes anos, ter conseguido cumprir essa missão de provar que é sim possível produzir alimentos dessa maneira. Sempre ouvimos e eu cresci ouvindo aquela velha ideia de que não é possível conciliar as duas coisas, que para produzir há um mal necessário que é o de você agredir a natureza. Nós estamos provando que realmente é um grande mito.
A Certificação B
Estou na Fazenda da Toca desde 2017, a Fazenda é certificada B desde 2015. A Toca já nasceu com esse DNA de sustentabilidade ambiental e social e isso é inerente ao nosso modelo de negócios. Por ser uma empresa de produção orgânica naturalmente nós já tratávamos desses assuntos. Foi muito importante para nós nos juntarmos ao Sistema B em 2015 porque o Sistema B em nossa visão, é um grande norteador de melhores práticas em meio ambiente, em governança de modo geral. Essa filosofia do Sistema B de inspirar uma nova era de regeneração, de inspirar negócios que realmente tenham esse compromisso, empresas que usam a força do negócio como algo que cause um efeito positivo para a natureza, para o planeta de um modo geral, isso sempre foi a essência da Fazenda da Toca, esse sempre foi o nosso contexto. Essa busca existe desde o princípio, entretanto em 2015 a Toca já estava mais estruturada do ponto de vista de operações e foi um momento adequado para nos certificarmos como Empresa B. Desde então tem sido muito importante, e eu lido muito, particularmente com o Sistema B pois sou o responsável pela
área de sustentabilidade. O Sistema B ter todo um questionário com parâmetros e critérios além da pontuação que recebemos da certificação em si, para nós é muito importante porque é um mapa que nos ajuda a nos direcionar neste universo das melhores práticas ambientais, sociais e de governança. Quando começamos a fazer o trabalho de fato ao atender as expectativas e os critérios do Sistema percebemos onde temos os pontos fortes, onde temos pontos em que podemos melhorar e endereçar melhor. Neste momento está sendo muito gratificante pois estamos na fase de recertificação da Toca e conseguindo pontuações mais elevadas do que antes porque isso é fruto de uma melhoria de processos pelos quais fomos passando ao longo do tempo.
A Toca tem esse papel de inspirar o consumidor e inspirar os fornecedores, essa mensagem está presente em nossa política e filosofia de comunicação na Fazenda. Inspirar pelos bons exemplos, acho que isso funciona melhor. Nós usamos essa influência. O consumidor é o grande vetor dessa mudança. É a partir do consumidor que vemos a semente. O ponto de partida dessa mudança no paradigma produtivo vem mesmo de uma vontade e de uma nova consciência do consumidor. Um dos aspéctos que nos toca muito é o do bem estar animal e os consumidores querem entender de fato como as galinhas são tratadas, como é a rotina delas, recebemos demandas de consumidores que nos pedem fotos, por exemplo. A partir deste novo comportamento do consumidor várias redes varejistas e grandes redes mundiais já adotaram o compromisso de até 2025 somente adquirir ovos de sistemas que são livres de gaiola. Quando nós vamos ao supermercado e nos questionamos como esse produto é feito, qual é o impacto dele no meio ambiente, em que condições sociais ele é feito, ali está a mudança. O consumidor que se questiona sobre o produto que está comprando contribui muito para uma melhoria em todo o sistema alimentar global.
O papel da educação e das escolas
A questão educacional é primordial. A Fazenda da Toca tem um Programa chamado Toca Experiências que é o nosso Programa de cursos, visitas e vivências. Nós trazemos muitos grupos escolares para a Toca e é muito especial ver a conexão das crianças com a natureza. Realizamos aqui várias práticas de vivências na horta por exemplo e quando há nas escolas este tipo de estímulo isso nos ajuda a formar o consumidor do futuro. Um consumidor muito mais conectado com as questões ambientais. Recebemos grupos escolares e universitários que vem até aqui para entender nosso modelo e nosso processo produtivo e isso faz parte de uma formação de cultura do nosso país. Nos ajuda a formar uma cultura regenerativa.
Nós como brasileiros temos uma tremenda oportunidade.
O Brasil é uma potência agrícola e nós temos uma tremenda oportunidade de nos tornarmos também uma potência agrícola regenerativa.
O Brasil com todos os recursos naturais que tem, com toda a sua biodiversidade
– e essa é a grande riqueza do país, que devemos valorizar e honrar muito, tem um tremendo privilégio.
Nós precisamos honrar e valorizar essa riqueza que é finita, infelizmente.
É uma questão de cidadania particular de nós brasileiros, cuidarmos da nossa terra.
O tratamento das galinhas
O mercado de orgânicos é muito próspero e nós temos muito espaço para crescer, claro, em face a toda a produção de alimentos no Brasil. O segmento orgânico ainda representa uma parcela muito pequena, mas tem tido um crescimento de dois dígitos na última década anualmente.
Esse crescimento dos orgânicos é promissor e é pujante. Nós nem conseguimos enxergar como concorrentes o restante do mercado porque há tanto espaço para crescermos juntos que não temos uma visão concorrencial, muito pelo contrário, temos a missão de articulação, de unir esforços para conseguirmos realmente estruturar cada vez melhor a nossa cadeia produtiva.
Não é uma visão concorrencial que nos orienta, é o contrário disso, uma visão de cooperação no setor como um todo.
Em nosso segmento específico de ovos orgânicos é enorme o espaço que temos como horizonte, é auspicioso e por isso nós temos muita coisa para construir junto com o mercado.
Teva Vegetal e Olivia Saladas, a jornada B de Daniel Oelsner e seus sócios no Brasil
“O Olivia e o Teva são marcas do Presente e do Futuro e cada vez mais faz sentido estar aqui. Precisamos entregar isso para as pessoas. ” Daniel Oelsner
O Teva Vegetais é certificado empresa B no Brasil e surgiu da coragem de se perseguir um sonho. O sonho de criar um bar e restaurante 100% vegetal e orgânico, com comida deliciosa, criativa e inovadora, mas ao mesmo tempo consciente. O Olívia Saladas, também empresa B nasceu da união de amigos antigos em prol de uma comida orgânica e prática. Quem nos conta como foi essa jornada é Daniel Oelsner, fundador e sócio de ambos.
“Sou sócio em comum nas duas marcas, o Teva e o Olivia, os dois nasceram em momentos parecidos com propostas parecidas, mas com propósitos diferentes. O Teva é um restaurante 100% vegetal. A proposta do Teva ainda é mudar a percepção que as pessoas tem de restaurante vegano, vegetariano. Aquela percepção de que é um espaço somente para vegetarianos e veganos, uma coisa meio dia, meio almoço, meio natureba. Nós quisemos trazer a comida vegetal para um outro patamar para que pudéssemos atingir um público que não é vegetariano e vegano e que esse público, aos poucos, fosse impactado e transformado para um modelo de alimentação mais sustentável. Nós acreditamos que a alimentação vegetal é melhor para as pessoas como um todo. Tanto para a saúde humana quanto para a saúde do planeta. Nós criamos toda uma experiência no Teva para atrair o público não vegano para o restaurante, em relação a ambiente,
a música, a comida, ao atendimento, aos drinks. A ideia é fazer uma comida muito boa com os vegetais. O propósito do Teva é tornar a alimentação vegetal atraente e apresentá-la como caminho para um futuro mais sustentável. Atraimos para experiência. Tanto o Teva quanto o Olivia já nasceram B porque eu e os meus sócios, que são meus amigos há muito tempo (Teva e Olivia tem sócios diferentes) trazemos estes valores genuínos dentro de nós. Não saberíamos fazer de outra forma porque é como vivemos e é no que acreditamos. Nós só comemos orgânicos, nós nos preocupamos com as pessoas, nos preocupamos com o meio ambiente, não consumimos plástico e em nossos restaurantes não poderia ser diferente.
Tanto no Teva quanto no Olivia antes da pandemia, nunca vendemos água sem gás. Nós oferecemos a água filtrada que vem da nossa torneira e deixamos de faturar um valor considerável. Eu não julgo os outros restaurantes porque é importante este faturamento, mas para nós não faz sentido. Nós temos isso como valor, não vendemos água sem gás, nós oferecemos gratuitamente. Para nós tem um custo pois pagamos a água, investimos no equipamento que faz a filtragem super especial, tem o tratamento que resfria. Nós não vendemos cerveja em garrafa, somente da torneira. Kombucha também é da torneira.
No Teva nós nunca quisemos fazer delivery por causa da quantidade de lixo que é gerado e com a pandemia não tivemos outro jeito e hoje fazemos, usamos embalagem biodegradável e compostável que é 5 ou 6 vezes mais cara que a que o mercado usa. O Olivia desde que começou já tinha a proposta de delivery no modelo de negócios porque é uma comida que viaja, mas nós nunca trabalhamos com lixo, foi sempre uma embalagem retornável e é uma embalagem que custa caro para nós. Nós até subsidiamos um pouco, a pessoa paga e depois ela devolva e não paga mais, mas também tem uma vida útil.
Estamos tentando aos poucos transformar esse mercado e fazer com que as pessoas entendam que não dá para consumir, consumir e continuar gerando lixo, plástico. Mesmo a embalagem de papel que é mais sustentável, na alimentação ela tem um plástico filme por dentro por causa da Anvisa para que ela possa permitir o contato com o alimento. Então ela não é reciclável. Usamos muito o vidro como embalagem. Eu tenho há muito tempo essa preocupação e eu já não como carne há 17 anos, mas fui me tornar vegano há 4 anos porque cada vez mais eu vou me transformando também e vivendo da maneira que eu acredito que deve ser. Eu vivi um tempo um pouco incoerente, todos temos as nossas incoerências, mas eu tento sempre ser o mais coerente possível e não consigo agir hoje de uma maneira diferente de como penso e como acredito. O Olivia e o Teva são reflexos disso também.
O Olivia tem toda uma preocupação ambiental e trabalha com pequenos fornecedores, fornecedores locais, 100% orgânico, uma preocupação em cuidar da saúde das pessoas, cuidar da equipe, não há como se falar de uma coisa isolada. Você não consegue cuidar só do meio ambiente e deixar a equipe, as pessoas, os clientes, os fornecedores de lado. Quem tem essa preocupação é como um todo e isso acaba refletindo no dia a dia. Todo dia tem uma decisão a ser tomada e todas elas são definidas em cima dos nossos valores e dos nossos pilares. O Olivia também se preocupa em transformar o comportamento das pessoas. Nós queremos trazer uma consciência para que as pessoas entendam que no nosso dia a dia nossas decisões são muito importantes e são impactantes.
Qual é o impacto que deixamos quando tomamos uma decisão? Que diferença faz quando vamos comer no restaurante A ou no B? A sustentabilidade está na moda mas quando você vai escolher uma comida ainda hoje em dia, você quer saber apenas que tipo de comida você vai comer: pizza, japonês, italiana, você ainda não se pergunta qual é a marca que tem um impacto melhor no mundo e no planeta. Ninguém pensa isso, mas esse é o papel do Teva e do Olivia. A experiência é incrível.
Tanto o Teva quanto o Olivia já nasceram com a ideia de serem empresas B. Logo no início já viramos “B pendente”. Você precisa de um ano de nascimento para poder certificar como empresa B e até um ano você pode ser um B Pendente e foi o que nós fizemos. Acredito que temos que somar forças e dar força para este movimento. Nós temos os nossos valores e eles já são de uma empresa B e é por isso que quisemos nos juntar a esse movimento. E não foi: “eu quero ser B, o que eu preciso?”, Não! Eu quero ser uma empresa que faça sentido para o mundo! E isso é equivalente a ser uma empresa B, que bom!
O Sistema B é um facilitador e embaixador das marcas tanto que estamos falando aqui porque eu sou empresa B. O Sistema B global tem um papel fundamental junto com outras empresas, Ongs e Associações de trazer essa conversa, essa pauta para a indústria, para a mídia e para a sociedade em geral e tem cumprido esse papel.
A transformação, a mudança de cultura são graduais e lentas. Acredito que essa transformação venha de atitudes e exemplos e não adianta apenas criarmos um planejamento de educação quando as pessoas que estão lá ensinando não tem essa cultura e esses valores.
Precisamos começar um processo cultural e de valores para que realmente transformemos. Tudo o que estamos falando parece o básico de respeito ao ser humano e ao planeta, mas nos perdemos, estamos andando seguindo o fluxo de olhos fechados.”
“Não sabendo que era impossível, ele foi lá e fez”
A história da Rizoma Agro, acelerando a conversão regenerativa orgânica no Brasil como empresa B
A manchete em aspas é do poeta romancista francês Jean Cocteau. O feito é dos co-fundadores da Rizoma Agro, Pedro Paulo Diniz e Fabio Sakamoto.
Num momento em que se discute o papel global da produção de alimentos orgânicos e da urgência da regeneração dos solos os empresários investem em pesquisa e desenvolvimento de mercado, acelerando a conversão regenerativa orgânica no Brasil, tornando a Rizoma referência mundial pelo Legado.
As mudanças climáticas e a perda da biodiversidade estão entre os maiores desafios da humanidade. Nenhum mecanismo é mais eficiente para retirar carbono da atmosfera que o processo natural de fotossíntese das plantas. Enquanto produzem energia as plantas também enviam carbono para o solo e alimentam seres desse ecossistema que é riquíssimo em biodiversidade. Os solos agrícolas já perderam mais da metade do seu estoque original de carbono. Sem vida e sem nutrientes esses solos ficam cada vez mais pobres e inaptos para o consumo mas existe um tipo de agricultura que é capaz de reverter esse cenário. Ela combina práticas específicas para estocar carbono, gerar biodiversidade e restaurar a saúde do solo degradado. Por isso ela é chamada de agricultura regenerativa orgânica. A Rizoma Agro é uma empresa que desenvolve sistemas de produção agrícola regenerativa orgânica, entende como a natureza funciona no planeta e traduz isso para sistemas produtivos que possam ser escalados. Para conseguir promover a agricultura regenerativa orgânica em larga escala precisa atuar em vários elos da cadeia. Desde o desenvolvimento até a comercialização e logística e a venda para os clientes finais. Com isso espera aumentar o consumo de produtos orgânicos com impacto ambiental positivo. A história da Rizoma Agro começa em 2008 dentro da Fazenda da Toca, a maior produtora de ovos orgânicos do Brasil.
Depois de 10 anos pesquisando e desenvolvendo sistemas regenerativos orgânicos em larga escala, a Rizoma Agro surge como uma empresa independente e monta seu primeiro hub de produção. O primeiro hub da Rizoma Agro foi montado em São Paulo numa escala de 900 hectares. No primeiro ano ela produziu 5.300 toneladas de grãos. Nessa primeira safra já produziram milho, soja, aveia, feijão. Foi um ano de bastante sucesso comercial, toda a safra foi vendida. Logo no primeiro ano já se tornaram o maior produtor de milho orgânico brasileiro. E foi um sucesso também em termo de aprendizado pois estão usando este hub para desenvolver novas tecnologias. A Rizoma tem hoje dois tipos de sistemas, um é o sistema agroflorestal que usa para produzir produtos perenes como citrus. Esse foi um sistema que desenvolveram dentro da Fazenda da Toca e se tornaram uma referência mundial neste tipo de agrofloresta. O outro sistema são os sistemas de grãos orgânicos adaptados para realidade tropical em que lançaram mão de vários instrumentos como adubos verdes, rotações, controles biológicos para ter um sistema orgânico de alta performance que sequestra carbono.
“O mercado de orgânicos é uma grande oportunidade. Nos últimos 17 anos ele vem crescendo 2 dígitos todo ano. O jeito mais eficiente de crescer é através de parcerias. O Brasil é referência para o mundo em agricultura e a nossa estratégia de crescimento é realmente trazer algo de maior valor agregado propondo para esses fazendeiros uma expansão junto com eles.” afirma Pedro Paulo Diniz
O Brasil tem áreas que hoje estão ocupadas por pastos degradados que poderiam se recuperar no sistema adotado pela Rizoma. As estimativas vão de 40 até 100 milhões de hectares. São áreas que precisam de regeneração, que estão operando com baixa matéria orgânica e áreas que podem ser certificadas orgânicas desde o primeiro ano.
“A Rizoma para mim é um presente, uma vocação. Mostrar que é possível fazer uma agricultura rentável, próspera que sequestra carbono, que inclui toda a cadeia, é poder fazer parte de uma transformação enorme que vai beneficiar muita gente.” Fabio Sakamoto
“Para mim, agricultura regenerativa é você entrar no fluxo da natureza.” Pedro Paulo Diniz
Jean Cocteau, o poeta francês dizia que quando uma obra parece avançada para a sua época, é simplesmente porque a sua época está atrasada em relação a ela.
” O poeta lembra-se do futuro.”