Coragem

Por Fabio Eroli

Esse é um excelente momento do ano para falarmos sobre essa palavra tão pequena, porém de grande significado e sentido.

Palavra essa que nos coloca um “peso” sem sê-lo. Quantas vezes nos deparamos ao longo das nossas vidas ouvindo, desde muito pequenos, que deveríamos ter coragem.

Que coragem é para os fortes, para os preparados, para os capazes. A verdade é que coragem é uma competência construída com base numa história sucessiva de situações desafiadoras que fazem com que os indivíduos assumam o risco pelas escolhas e pelas decisões que precisavam tomar pra chegar a um objetivo previamente traçado.

Claro, isso sem qualquer obrigação.

Não temos que ser corajosos, mas podemos aprender a tomar decisões, muitas vezes complexas, com base numa série de experiências previas que só são possíveis quando nos abrimos para o “novo”, encarando nossos monstros simbólicos. Portanto, a pergunta chave é o que você tem feito com aquelas situações que mais te desafiam no dia a dia? Para esse exercício de reflexão vale lembrar que a sua vida é composta de muitas esferas, tais como: econômica, saúde e bem estar, familiar, social, afetiva, acadêmica, espiritual, profissional entre outras.

Ou seja, é como se nós fôssemos artistas circenses que equilibram os “pratinhos”. É importante entender que esses “pratinhos“ se referem a cada uma dessas esferas das nossas vidas que precisam da nossa atenção, do nosso olhar e das decisões que cada situação vai nos colocar.

Nem sempre é fácil, tranquilo, divertido fazer escolhas e tomar decisões, mas é importante que tenhamos os olhos sobre todos os “pratinhos” que estão lá em cima, girando. É natural que um ou outro perca a velocidade, ou até mesmo caia e se quebre, mas é importante que nós façamos algo rapidamente com isso.

Mas, se cair e quebrar um ou outro, calma, está tudo bem! Construa outro, coloque de volta no palito e faça-o girar. Vale sempre lembrar e fazer um bom uso da experiência prévia que levou o pratinho anterior a cair, é o que a gente chama de aprendizado, ou seja, a medida em que enfrentamos as quedas naturais que, eventualmente, a vida nos coloca, ampliamos nosso repertório de resposta para lidar com tais situações sem nos desfazer. Isso é, na prática, usar o erro (não intencional), como aprendizado para desconstruir a cultura da punição.

Portanto, CORAGEM! Pense nisso! Coloque o seus pratinhos de volta nos palitos!

Caso algum prato caia ou perca velocidade, tudo bem!

Nos “vemos“ na próxima coluna!

Abraços.

Fabio Eroli, Terapeuta Psicanalista, Especialista em Neurociência e Gestão de Pessoas. instagram @fabioeroli

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