Por ENGIE com SEBRAE

 

Um estudo da consultoria McKinsey mostra que, até julho de 2021, havia 359 projetos para a produção de hidrogênio verde em grande escala no mundo, somando US $150 bilhões em investimentos.

No Brasil, a estimativa é de que será necessário investir US $200 bilhões, ao longo dos anos, para formar uma cadeia de produção.

Embora já existam projetos anunciados nos portos de Pecém (CE) e de Açu (RJ) a fábrica da Unigel, em Camaçari (BA) é a primeira a começar a ser construída no país.

Com investimento previsto de US $120 milhões, a fábrica de hidrogênio verde anunciada pela Unigel vai começar a produzir o insumo em 2023.
Segundo a empresa, a capacidade de produção da unidade, que começou a ser construída em Camaçari, será de 10 mil toneladas anuais, que serão convertidas em 60 mil toneladas de amônia verde. A partir de 2025, a Unigel planeja atingir 40 mil toneladas de hidrogênio verde, que também serão convertidos em amônia verde (240 mil toneladas).

A amônia vem sendo considerada a forma mais econômica de armazenar e transportar o hidrogênio verde, mas também pode ser utilizada em outras aplicações, como a produção de fertilizantes ou combustível para navegação.

O hidrogênio como combustível é visto como peça importante para o futuro neutro em carbono e pode impactar na matriz energética e no bolso do consumidor

O hidrogênio tem sido classificado como o combustível do futuro.

No entanto, para que seja possível sua transformação do estado gasoso para aplicação como combustível, uma grande quantidade de energia é necessária.

Geralmente, essa energia é obtida por meio de um processo térmico.

Neste caso, o vapor reage com um combustível do tipo hidrocarboneto, como carvão, gás ou petróleo, produzindo hidrogênio.

Os combustíveis que podem ser usados são vários, e vão do diesel ao gás natural e o biogás, por exemplo. Neste tipo de geração, há emissões de carbono.

O hidrogênio é o elemento químico mais abundante na natureza, mas é também um dos mais reativos. Isso significa que é difícil encontrá-lo sozinho, e o mais comum é que ele componha outras substâncias, como uma série de gases e a água, substância em que é mais encontrado.

No caso do hidrogênio verde, as moléculas de água são separadas em oxigênio e hidrogênio a partir de um processo chamado eletrólise.

Assim, dois eletrodos (um tipo de barra de metal) ligados a uma fonte de energia são inseridos em um recipiente com água.

As barras têm polaridades diferentes, e a energia que passa por elas separa o hidrogênio que está na água.

Hoje em dia, estão sendo estudadas aplicações de células a combustível para alimentação de veículos elétricos, por exemplo. Ainda, as células de combustível podem servir de unidades fixas de geração de energia para prédios, os famosos geradores.

Em alguns casos, elas podem fornecer também calor, que é o principal uso domiciliar da energia no mundo.

Há algumas dificuldades na implantação dessa tecnologia, e estão relacionadas ao custo de produção e de transporte.

O transporte pode ser feito na forma de gás comprimido, liquefeito ou por meio de outro produto químico, entretanto, seria necessário a construção de uma rede de dutos de transporte. Nesse sentido, uma solução vista por especialistas é a exportação dessa fonte de energia.

O Brasil tem uma oportunidade que surge da eólica offshore (no mar), pelo volume de produção desse tipo de energia que pode ser feito no país.

O Brasil tem uma característica natural que é uma costa com ventos constantes, mas sem tempestades. Isso nos dá a possibilidade de geração de energia eólica 100% limpa, uma das mais baratas do mundo.

Essa energia pode ser transformada em hidrogênio, que é o combustível do futuro, e, assim, ser exportada para países como Alemanha, que nesse momento precisa substituir a sua energia. A produção dessa fonte de energia impacta na matriz de energia nacional.

No fluxo de energia, segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética, o setor da indústria é responsável por mais de 30% do consumo final de energia e 40% de energia elétrica. Logo, quanto mais presentes as formas alternativas de energia na matriz brasileira, menor será o custo final ao consumidor.

Nesse cenário, o empresário poderá sentir essa redução no bolso por meio da redução da tarifa da energia elétrica, devido, por exemplo, à redução nos custos de geração, e, também em redução indireta, advinda do custo mais baixo no transporte de mercadorias e produtos, que reflete um custo final menor de cada produto.

Tudo isso devido à implantação de novas tecnologias, dentre elas o hidrogênio verde.

BNDES cria linha de crédito para hidrogênio verde

Nova linha de crédito oferecerá até R$ 300 milhões para de fábricas de produção de hidrogênio verde para o mercado doméstico, além de financiamento para exportadores.

O Banco anunciou o lançamento de uma nova linha de crédito, que oferecerá empréstimos de até R$ 300 milhões para a instalação de fábricas de produção de hidrogênio verde, voltadas para o atendimento ao mercado doméstico.

Além disso, o banco pretende financiar usinas de grande porte, cujo foco será a exportação do produto. A nova linha do BNDES começará com foco em projetos de pequeno porte, com investimento total em torno de R$ 400 milhões.

O grande diferencial da nova linha de crédito são os juros baixos, segundo a diretora de Garantia a Infraestrutura da instituição, Solange Vieira, que afirmou que o financiamento será balizado pela Taxa de Longo Prazo (TLP) “careca” — ou seja, a taxa final aplicada será praticamente igual à de referência. Isso será possível porque parte do orçamento para a nova linha virá do Fundo Clima, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, mas administrado pelo BNDES.

 

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