O sabor delicioso do irresistível molho de tomate orgânico
por Kátia Bagnarelli, exclusivo
De forma unânime, uma das grandes paixões nacionais, embasadas pelo momento afetivo de geração em geração principalmente nas mesas brasileiras dos domingos, o molho de tomate de verdade e orgânico tem feito da rotina de três empresários um desafio de sustentabilidade.
A Órigo nasceu da iniciativa de Marcio, Otto e Caio, incomodados com o dia a dia no setor coorporativo tradicional onde atuaram por longos anos de carreiras bem sucedidas.
O incômodo e a experiência dos empresários inspirou a união em busca da construção de uma marca de orgânicos que pudesse além de entregar um produto saudável, de grande qualidade e íntegro, deixar um legado de sustentabilidade para o Brasil.
“A minha melhor referência vem de uma avó mineira que plantava suas verduras no quintal de casa e quando crescemos esquecemos disso”, começa a entrevista nos contando Márcio Crippa, fundador e diretor comercial da empresa.
Estrategicamente a sede da Órigo está localizada em Piracicaba, no interior de São Paulo, por ser um eixo facilitador na distribuição do molho de tomate para todo o estado de São Paulo. Os empresários se dividem nas funções financeiro administrativo, técnico, comercial e marketing.
A origem
Órigo no latim significa origem, e este é o propósito maior da empresa, mostrar ao consumidor o caminho do alimento, do solo à mesa dos brasileiros.
Para que isso acontecesse foi preciso que os empresários buscassem as parcerias atuais com fazendeiros dispostos a cultivar o tomate orgânico.
Em 2019, iniciaram uma parceria de produção com uma antiga fazenda de gado em Fernandópolis, interior de SP, que fez a migração para a produção vegetal com o cultivo sustentável e orgânico, obtendo a certificação junto à Ecocert – certificadora referência, fundada na França em 1991.
Além de todo o investimento em pousio da terra que consiste na plantação de culturas para a melhoria do solo, os proprietários da fazenda investiram em estufas abertas, em equipamentos especializados para facilitar o manejo, em aplicação de homeopatia rural, em áreas de limpeza e sanitização dos produtos e em câmara fria para o armazenamento correto dos tomates.
No DNA da Órigo está a busca por produtos saudáveis e rastreáveis, a fim de que seja garantido alimentos autênticos e de origem comprovada, através do comércio justo e sustentável.
Os empresários contrataram desde o início uma produtora de vídeo para registrar todo o processo desde a saída do gado até as estufas sendo erguidas, disponível para o consumidor nas redes sociais da marca.
Tecnologia no campo
A empresa incentiva os produtores parceiros a implantarem sistemas agrícolas mais complexos, como “agroflorestas” e “agricultura regenerativa”, técnicas de cultivo e manejo que vêm se tornando cada vez mais populares mundialmente, por proporcionarem reprodução natural, da forma mais próxima possível às florestas e ecossistemas mais complexos, por aumentarem a fixação de carbono no solo, e consequentemente extraindo o gás-carbônico da atmosfera, além de aumentarem a população de microorganismos,
por melhorarem as características físico-químicas e a fertilidade do solo e ainda por reduzirem a incidência de patógenos, pragas e doenças.
Para a Órigo não basta que o produto tenha o selo de orgânico, certificam que a matéria-prima tenha a melhor qualidade, colhida no ponto de melhor maturação, cor, textura e sabor para que essa qualidade reflita no produto final, evitando assim a utilização de outros aditivos e produtos químicos, para tentar corrigir ou suprir o problema de qualidade da matéria-prima.
“Tentamos fazer o máximo possível de cobertura vegetal, trazendo a ideia que o solo tem que ser vivo.
Tem que ter uma estrutura, para que a gente consiga produzir alimentos de qualidade, com maior valor agregado e maior retorno ao produtor. Por isso usamos estufas 100% abertas nas laterais para garantir a circulação de ar e não prejudicar os frutos com as altas temperaturas.
Até mesmo um trator mais estreito e leve é usado para que não gere compactação do solo.” Felipe Sonck Ferro, é fazendeiro, produtor de tomates.
A criação da marca
A logomarca remete a vários elementos significativos: representa a semente, a folha, o sorriso do ser humano, a cuia que leva o alimento a alguém oferecendo conforto, amor e ainda, a importância dela para a tribo indígena, é a maior representação do alimento natural que vem da terra.
manifesto Órigo #NoFakeFood
Somos uma empresa humana. Gente produzindo para gente.
Acreditamos que a alimentação saudável é um direito universal.
Produzimos alimentos reais para pessoas reais.
Por isso, escolhemos a hashtag #NoFakeFood para acompanhar todos os nossos materiais de divulgação
“Você é o que come, mas sua comida também se alimenta.”
Michael Pollan, escritor e jornalista
A decisão dos empresários pela escolha do tipo de tomate a ser cultivado foi um grande desafio como nos conta Otto a seguir.
“Junto ao produtor escolhemos o tipo de tomate que estava mais propício a ter as melhores qualidades nutricionais para resultar no melhor molho, coisa que no mercado atual não é comum, pois os fabricantes disparam uma cotação solicitando por exemplo simplesmente um tomate italiano padrão, ou ainda promovem a chamada “seleção” onde escolhem o tomate mais bonito e com as melhores características para ir a mesa inteiro e o tomate mais feinho, mais estragadinho, processam para molho de tomate.
Nós quisemos mudar essa história, queremos com todos os produtores produzir especificamente os melhores tomates em cor, doçura e acidez e que sejam perfeitamente adequados para fazermos o nosso molho. Até hoje somos questionados por aquela famosa frase – mas é tudo tomate mesmo.
Existem certas características que diferenciam a qualidade de um tomate para outro. Me lembro inclusive de uma vontade do primeiro produtor, o Felipe, de se ocupar com a mãe em trabalhar para tirar a fama de que um produto orgânico é feio na aparência. Conseguimos mostrar isso em nossos produtos. “
A empresa faz medição para avaliar o tipo de produto que será produzido, a colheita é feita manualmente, as caixas são carregadas de modo a não colocar muito peso sobre os tomates a fim de que eles não começem a romper no transporte que é feito no meio da madrugada para que o tomate não sofra com o calor da estrada durante o dia, e tudo isso acompanhado pessoalmente pelos empresários.
O produto que chega a fábrica sem essas características recebe açúcar, acidulantes, espessantes, para chegar a um resultado palatável ao consumidor, regras que a Órigo evita na produção de seus molhos orgânicos.
Além do cultivo orgânico, as plantas recebem a aplicação de homeopatia na agricultura, que atua na planta como estimulante dos mecanismos de defesa a insetos e doenças.
O tratamento tem o foco na causa, reparando o desequilíbrio metabólico que prejudica o aproveitamento dos nutrientes, da água e do sol, recuperando a defesa das plantas.
Os resultados são o aumento do vigor, a desintoxicação, a melhoria da resistência, minimizando o dano de estresse climático e pragas, diminuindo a infestação dessas pragas e doenças.
Um consenso no mundo da alimentação e nos restaurantes é: “um alimento dificilmente será melhor do que a matéria-prima empregada no seu preparo”.
Significa que só será possível obter um alimento de qualidade, usando matérias-primas de qualidade.
Essa é a busca incessante de todos aqueles envolvidos no mundo da alimentação saudável e de qualidade. Mas utilizar matérias-primas de qualidade, no ponto ideal de maturação, processá-las rapidamente para manter o frescor dos frutos e também evitar a deterioração são tarefas complexas que demandam muito planejamento, tempo, dedicação – um controle afinado da cadeia de produção e ótimas parcerias.
Na falta de matérias-primas de alta qualidade, torna-se necessário acrescentar substâncias químicas “melhoradoras”, que possam corrigir essas falhas, ou que conferem maior durabilidade aos produtos excluindo do alimento a garantia de orgânico.
“Precisamos acreditar na ciência e nos cuidarmos. Percebo que as pessoas estão muito tristes e deprimidas e por isso precisamos fazer o exercicio da empatia. Se você tem um pouco mais, ajude a quem tem menos.
Pequenos atos olhando para o próximo fazem diferença.
É triste o que estamos passando com a pandemia mas é também um momento importante de ressignificar os nossos laços, os nossos relacionamentos com as pessoas. Quando você cuida do outro está cuidando da sociedade.
Somos como pequenas bolhas e vamos interferindo na vida das pessoas em nosso entorno.
Se acordarmos todos os dias com esse pensamento, conseguiremos mudar a situação em que estamos.” Marcio Crippa
“Percebemos em nós uma missão que é produzir o que acreditamos e que possamos consumir sem restrição e sem medo.
O ato de comer é um ato político, nós esquecemos disso.
Com as nossas decisões de compra e decisões de consumo tomamos posições políticas, se sabemos que um produto não faz bem ao meio ambiente ou explora de forma ruim o meio, continuar comprando esse produto é estimular essa indústria enquanto que, se você estimula quem faz bem ao meio ambiente, você concorda e alimenta essa boa indústria.
Os produtos orgânicos e sustentáveis estão aumentando suas produções porque as pessoas estão mudando.
Queremos ser uma peça dessa mudança para a sociedade.”
Otto Pieske
“Eu acredito que a comida pode mudar o mundo, o interno e o externo. Para mim, mais do que a técnica, a qualidade do ingrediente é o fator principal para o sabor do prato – nossa verdadeira satisfação à mesa. Os produtos da ÓRIGO me surpreenderam pelo equilíbrio de acidez e consistência que são são obtidos quando os insumos são realmente selecionados com responsabilidade. Percebe-se a não adição de químicos para conservação, correção de sabor e textura. Que é um alimento de respeito para o corpo.
E quando sabemos que o ingrediente é orgânico, cultivado sem agrotóxicos, respeitando o meio ambiente, que é rastreado, que sabemos onde foi produzido e por quem, nossa relação com a comida se transforma ainda mais, nos vincula com a terra e alimenta nosso propósito de um mundo melhor.”
Sabrina Oliveira, bióloga e chef de cozinha (Instituto Paul Bocuse, em Lyon, na França
receita de almôndegas ao molho de berinjela Órigo