Plataforma digital PLA reúne serviços para o consumidor final, para produtores de orgânicos e em transição

Buscando a produção consciente e a inteligência de mercado para uma cadeia produtiva cada vez mais orgânica e sustentável, pensando na qualidade de vida gerada por meios ecológicos que impactam de forma positiva a saúde e o ecossistema, a plataforma digital PLA (sigla para Produtos Livres de Agrotóxicos) chega para revolucionar o mercado de vendas de alimentos saudáveis online.

“Nosso objetivo é integrar com transparência e credibilidade todos os meios dessa cadeia, desde o manejo da produção até o momento em que o alimento chega no consumidor final, além da conscientização coletiva para a produção e consumo de alimentos mais saudáveis com a redução da utilização de agrotóxicos em nossos produtos”, nos conta André Pereira, fundador e CEO da empresa. André acumula uma vasta experiência com os orgânicos, é produtor e distribuidor de orgânicos no Brasil e identificou nos últimos anos a necessidade de impulsionar a transição da alimentação convencional para cada vez mais saudável, livre de agrotóxicos.

Percebeu que a iniciativa poderia ser desenvolvida através de uma plataforma digital de vendas e distribuição de produtos cada vez mais saudáveis e sustentáveis. É ele quem nos conta como atua a pla.eco.br, a seguir.

“Sem dúvida nenhuma o setor de orgânicos tem uma papel muito importante nesse momento porque a qualidade de vida das pessoas está em jogo, a vida em si está em jogo. É um momento importante para toda a raça humana, tem a ver com a continuidade dessa raça. Consumimos muita coisa que realmente não agrega em nada e pelo contrário, até atrapalha, sobrecarregando o fígado, o baço, todo o sistema digestório e se não tivermos maior e melhor consciência em relação ao alimento que consumimos, realmente pagaremos uma conta que ainda não conhecemos o preço.

Como raça, como seres humanos ainda somos muito infantis, não conhecemos as propriedades de todos os alimentos na sua íntegra e também não conhecemos os malefícios que estes agrotóxicos podem trazer a curto, médio e longo prazos.

Pensando nisso, desde 2014, viemos construindo soluções que possam equiparar, trazer esse alimento orgânico para mais perto do alimento convencional nas questões financeiras, no valor do alimento.

A nossa história nasceu, lá no início, com a “Plural Bio” e a “Só Orgânicos”. Agora utilizamos toda essa história e resultados no produto chamado PLA – Produtos Livres de Agrotóxicos. O PLA é uma plataforma digital.

Nós transformamos a Plural Bio e a Só Orgânicos e toda aquela cadeia que tínhamos há anos em alguma coisa um pouco mais ampla que visa cada vez mais retirar o uso do agrotóxico em pequenas escalas até chegar num produto absolutamente livre de agrotóxicos que é uma definição lato sensu do orgânico.

Na plataforma PLA nós identificamos através de laudos e análises o que tem naquele produto e se ainda tem traços de agrotóxicos, identificamos e entregamos a informação, ou seja, o nosso compromisso é de transparência.

Trocando em miúdos quando você compra um alimento nele vem escrito “sem glúten”, “não contém traços de glúten” e um celíaco pode consumir aquele produto porque existe informação transparente no rótulo.

No nosso caso, o PLA elenca todos aqueles agrotóxicos que são colocados no cultivo daquele alimento, a gente faz o laudo e análise com a resposta: “Esse alimento contém traços destes e destes mas não contém este, este e aquele”, e por uma tabela de periculosidade você fica em até 75% de agrotóxico, em até 50%, em até 25% ou totalmente livre de agrotóxico.

Desta forma acreditamos que podemos trazer para o consumidor um poder de escolha e hoje sinto que a informação é o melhor meio que temos no século XXI para fazer isso aliado a praticidade de nossa plataforma digital.

Vamos com isso criando possibilidades para que essa balança se equilibre no primeiro momento e depois que ela se equilibre para o lado mais benéfico, ou seja, que as pessoas passem a comer cada vez melhor numa cultura onde a gente deveria, ou deve, descascar mais e embalar menos.

Eu não tenho nada contra produtos industrializados, não sou radical e não prego o radicalismo porque todos os opostos se desequilibram e a busca é por um equilíbrio constante.

Se a gente puder descascar mais alimentos livres de agrotóxicos a gente está investindo em saúde e essa saúde é considerada, inclusive saúde pública.

Quanto menos doentes menos necessidade de hospitais, quanto melhor estivermos mais potencialidades desenvolveremos.

É um dos benefícios deste século, onde podemos usar informação e tecnologia de maneira mais benéfica e desintermediar algumas cadeias. Se você puder pegar esse alimento na mão, olhar o que contém e fazer sua escolha consciente nós estaremos atingindo nosso propósito.

Tal e qual as indústrias hoje fazem com algumas coisas como por exemplo eu citei, o próprio glúten.

Esse foi o momento que a gente entendeu que era a hora de entrar com este tipo de força para poder inverter essa curva. Entre o que é orgânico e o que não é orgânico tem muita coisa boa. Se a busca da evolução humana é ampliar o seu grau de consciência então cabe a nós conscientizar cada vez mais o consumo.

Nesse nosso caminho de orgânicos conhecemos muitos produtores no Brasil indo até a América do Sul e percebemos que muita gente já produz e gostaria de produzir de forma orgânica mas ainda não tem o selo por conta dos custos dessa certificação. Além das barreiras naturais de burocracia.

Você pode estar apto por um lado mas não por outro. Vou citar um exemplo da agricultura familiar onde se você for incluir dois ou três funcionários que não sejam de sua família necessariamente você precisa que estejam segundo as normas da CLT e isso abrange o contrato de trabalho específico.

Se ele não tem condições de contratar segundo a CLT e preencher todos os requisitos que sejam de ordem burocrática, sem dúvidas esse produtor não conseguirá o selo de certificação.

Entretanto isso não invalida o alimento dele, não invalida todo o trabalho que ele fez como produtor, nessa hora colocamos esse produtor em seu devido lugar. Ele não tem o selo, mas o alimento é bom, esse alimento é próprio para consumo. Vamos dar visibilidade para essas pessoas.

Notamos ao longo do trabalho que pessoas que entraram no mundo dos orgânicos tiveram as suas barreiras, alguns não conseguiram transpor, mas os alimentos eram bons. Por que não prestigiar esse bom alimento?

Foi nesse sentido que compreendemos que podíamos fazer melhor e entregar essa escala. Daí inverter gradualmente essa curva, que está em todos os sentidos, dentro do supermercado, está dentro da roça, essa curva está em todos os lugares.

A nossa plataforma é um convite para os produtores apresentarem ao mercado seus produtos além de disponibilizar uma análise desses produtos e entregar ao consumidor um atestado do que contém e do que não contém. Ela não entrega um rótulo terminativo, é como se você recebesse um check list: para produzir este alface usa-se isso, isso e isso, e neste alface aqui contém isso e isso mas não contém aquilo e aquilo outro.

A partir daí o consumidor faz a escolha. É bom para o produtor que produz com melhor qualidade. é bom para o consumidor que consome em melhor qualidade, e gasta menos por isso.

A bandeira do Brasil carrega uma frase incrível: ordem e progresso. Vejo a ordem como a informação que nos leva ao progresso seja lá no que for. Temos progresso numa produção mais consciente e a gente tem progresso num consumo mais consciente. A ordem está atrelada ao progresso. O que a gente quer é a ordem da informação.

É simplesmente complexo e complexamente simples.

A plataforma possibilita também que o consumidor compre diretamente do produtor através de cestas montadas entregues direto na casa desse consumidor.”

“Cuidem-se, se deem o melhor, e esse melhor nem sempre é o que queremos, mas é o que precisamos. Só recebemos aquilo que entregamos. É uma questão de ressonância.

Se não dermos o melhor, se não nos permitirmos o melhor, não teremos o melhor. Conscientize-se, busque saúde que tem que ser uma saúde psíquica, emocional e física.

A felicidade de se sentir pleno fazendo uma escolha consciente.

Num momento de pandemia onde temos uma saúde pública debilitada, como melhorar?

Cada um fazendo a sua própria parte. Se cada um fizer isso, o coletivo fez.

Isso só é possível através das escolhas. Sem radicalismo.”

André Pereira, fundador e CEO da plataforma PLA no Brasil

pla.eco.br

André Pereira. Créditos das imagens desta edição: PLA/Plural Bio

 

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